Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
Elas representam uma mudança radical na forma das pessoas se tratarem: cuidar da saúde para evitar a doença. Práticas como o Lian Gong e outras, vem sendo oferecidas à população pela saúde pública.
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) é a designação que o Ministério da Saúde (MS/Brasil) deu ao que se tem chamado na literatura científica internacional de medicinas alternativas e Complementares (em inglês: complementary and alternative medicine). A PNPIC refere-se a um conjunto diversificado de práticas e saberes, agrupados pela característica comum de não pertencerem ao escopo dos saberes/práticas consagrados pela biomedicina.
O desenvolvimento das Práticas Integrativas e Complementares nos sistemas de saúde públicos e privados é incontestável nas últimas décadas. Desde a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, reunida em Alma-Ata (ex-URSS), realizada em 1978, a OMS recomenda aos seus países membros a inclusão das PIC nos sistemas de saúde de todo o mundo.
As experiências nos serviços do Sistema Único de Saúde do Brasil intensificaram-se, particularmente, após a edição da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), aprovada pelo Ministério da Saúde pela Portaria 971 de 2006, cujo escopo foi ampliado com duas outras Portarias, uma em 2017 e outra 2018, alcançando o total de 29 distintas modalidades terapêuticas a partir deste ano.
A inclusão das PIC nos Serviços de Saúde é apropriada aos diversos níveis de atenção à saúde, com ênfase na Atenção Primária em Saúde, na perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e recuperação da saúde, propiciando um cuidado continuado, humanizado e integral.
Todos nós sabemos que a promoção da saúde não se guia por parâmetros biomédicos, mas por princípios baseados na busca do cuidado integral, no desenvolvimento de ações inter setoriais, da participação social e da combinação de estratégias múltiplas para produzir saúde. As Práticas Integrativas e Complementares representam um modo renovado e estratégico para a melhoria da qualidade dos serviços e para a revisão do modelo de atenção à saúde, uma vez que para sua efetivação são necessárias ações multi e interdisciplinares integradas que contribuem para avida e para a promoção da saúde. A continuidade dos cursos voltados para a capacitação e a formação de pessoal no campo das Práticas Integrativas e Complementares continuará sua missão, desenvolvendo e executando projetos de educação permanente voltados aos profissionais da rede de atenção à saúde, com os seguintes objetivos:
- Desenvolver o autocuidado
- Aumentar a capacidade resolutiva dos serviços de saúde
- Promover a qualidade de vida
- Diminuir o uso abusivo de medicamentos
- Desenvolver modelos sustentáveis de atenção à saúde
- Promover o resgate da humanização das ações de saúde, e
- Trazer alegria aos serviços de saúde.
Escrito por Dr. Emilio Telesi, coordenador da Área Técnica de Medicinas Tradicionais, Homeopatia e demais práticas integrativas e complementares a saúde da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.