Sinceridade do Centro – Os Três Tesouros
Interpretação de Tao Te Ching, sobre o hexagrama, Zhong Fu, ou Sinceridade do Centro.
Veja que preciosidade de interpretação de Tao Te Ching, sobre o hexagrama, Zhong Fu, ou Sinceridade do Centro.
Se você não está familiarizado com o termo hexagrama, não se preocupe agora, depois você pode aprender mais pesquisando sobre isto em I Ching.
O hexagrama, representado por uma montanha em baixo da Terra, significa a força em baixo da receptividade (no externo). Terra também significa abrangência.
A força interna (e não externa) gera uma mobilização dos outros. Ela é encantadora.
Sinceridade do centro é, acima de tudo naturalidade.
Esta é a forma mais espontânea de transformar.
Esta atitude resulta de integração de três pontos:
1- Humildade
Humildade, no aspecto de não ser maior do que ninguém, mas sem servilismo. O elemento calma está presente.
A comunicação entre seres diferentes feitas de forma sensível. Compatibilidade dos diferentes.
Receptividade, abrangência.
A força interna gera uma mobilização dos outros, pois encanta.
A humildade na sua forma mais genuína, despretensão, distanciamento do ego.
A percepção que este estado de espírito antecede o indivíduo e vai além dele.
2- Afetividade
Afetividade, a inclinação a boa vontade com relação ao mundo e seus viventes. A abertura para interagir de coração.
Afetividade é simbolizada por um coração acima do qual se encontra o vazio interno, fazendo contato com o vazio externo. (vazio aqui pode ser entendido como pureza)
A afetividade é sair da “persona” para fazer parte do todo.
Quando estamos tristes, irritados, ou com medo, o nosso coração fica cheio. Este será o nosso estado de espírito.
Quando temos qualquer destas emoções de forma exagerada, estamos sobrecarregando os órgãos que correspondem à elas: coração/braveza, fígado/irritação, pulmão/tristeza, estomago/ preocupação, rim/medo.
O afeto é a relação do princípio do eu, com o princípio do mundo.
3- Simplicidade, ou a arte de ser simples.
O reconhecimento da ilusão contida nas pompas e elaborações dos seres humanos. Na China antiga se rogava uma praga: "que você viva em momentos interessantes". A riqueza externa gera uma pobreza interna.
Análise do Hexagrama 51, “Sinceridade do Centro”:
A primeira linha (de baixo p/ cima) representa a humildade na sua forma mais genuína: despretensão, distanciamento do ego, (é a linha que mais realiza).
A percepção que este estado de espírito antecede o indivíduo e vai além dele.
A segunda linha, é o coração do hexagrama, trata da influência e do encanto da humildade, fala da soma da floresta.
A terceira linha, sendo uma linha yang, contém uma impulsividade para realizar grandes coisas, pois já está em cima. O único alerta do hexagrama está aí, o de se apegar ao efeito da realização, a fama. Se acontecer, pode destruir a atitude.
Na quarta, uma certa humildade se irradia, é uma linha suave. Daria para dizer que por estar além da 3ª linha já apresenta uma maior estabilidade.
A 5ª linha é do comando, mas sendo yin, não aparenta riqueza. Uma certa humildade se irradia. Comanda com suavidade. Mas não perde o pé e luta pelos seus propósitos.
A 6ª linha é a postura do sábio, eremita, uma posição social, mas fora da sociedade, ela não comanda o outro, mas sim a si mesmo.
Estas anotações simples, tentam resumir os encontros coordenados por Maria Lucia Lee e Mônica Simas, para explorar o assunto.